quarta-feira, 16 de abril de 2014

Peçonha virtual

Enviado por Raul Longo

Na verdade as palavras não são exatamente minhas. Eu, Raul Longo, não as escrevi. Mas sinto-as exatamente como foram escritas por Vera Marques, conforme indicado pela Jussara Seixas que as reproduziu em seu blog.
Sem dúvida a Jussara também sentiu nestas palavras da Vera a exata expressão de sua indignação. Indignação que toda vez que extravasamos há sempre alguém para nos chamar de fanáticos, antidemocráticos, incapazes de aceitar a opinião dos outros.
Outro dia uma vizinha me envia aquela sequência de fotos de costarriquenhos colhendo ovos de tartaruga de um praia do país centro-americano que o canalha do Raul Jungmann publicou em sua página da web acusando o então governo Lula por permitir que o MST cometesse crime ecológico às margens do Solimões.
Respondi à vizinha comparando fotos de Tracajás, as tartarugas dos rios e igarapés da Amazônia, e de Cabeçudas, tartarugas oceânicas que também desovam nas praias de nosso estado, onde existe até uma praia com o nome da espécie.
Também usei fotos do Rio Solimões e do Rio Ratones que ao mar desemboca exatamente no final dessa nossa rua, para que pudesse reconhecer as diferenças entre as margens de um rio e as paisagens marinhas daquelas fotos exploradas pelo o ex-Ministro do FHC que há muito tempo se viu obrigado a desculpar-se pela publicação daquela grosseira mentira.
Tão grosseira quanto muitas outras que a mesma pessoa vem me enviando há mais de 10 anos: documentos de investigação do FBI sobre golpe de estado para instauração de uma ditadura pelo ex-presidente Lula, avião presidencial folheado a ouro, a fazenda do filho do Lula e todas essas enormes besteiras que povoam imaginações doentias e primárias como a da vizinha, apesar de pessoa adulta que exerce atividade profissional que requer curso superior.
Por diversas vezes a alertei de aos seus correspondentes estar se confundindo às mentiras que distribui, passando por imensamente tola ou igualmente mentirosa. Talvez devesse alertá-la sobre o quanto tornava duvidosa sua capacidade profissional, pois assim como eu muitos devem dispensar os serviços de alguém de tão limitados recursos de ponderação e racionalidade. Mas desta última vez fiquei de saco cheio pela reprodução de um ridículo do qual o próprio autor se envergonhou há mais de 5 anos.
E já que a mulher reiteradamente, ao longo de todos esses anos, evidencia não ter a menor vergonha por si mesma, pedi que ao menos não envergonhasse nosso bairro que é bastante pequeno, não mais que uma vilazinha com poucos moradores concentrados em praticamente uma única rua. Expliquei-lhe que ao distribuir tamanho atestado de ignorância ou de intencional maledicência, comprometia a imagem de toda a comunidade, divulgando-nos em seu nome como um reduto de pacóvios.
A mulher respondeu acusando-me de mal educado e grosseiro! Durante mais de uma década ela se relaciona comigo tratando-me e tratando-se como idiota e, quando meu saco estoura, eu é que sou o grosseiro!!!!
Isso o que não dá mais para aguentar! Não temos mais porque continuar aguentando tanta estupidez! CHEGA!!!
No entanto, não há o que fazer. Não como conter essa imbecilidade que se repete há mais de uma década e tampouco como nos proteger desses que se sentem no direito de nos agredir com a própria boçalidade. E é para suas vítimas, como eu, que distribuo esse texto da Vera Marques publicado pela Jussara Seixas e que chegou a mim ao ser utilizado pelo João Paulo Lopes como resposta a um grupo de caquéticos saudosos da ditadura militar.
Distribuo essas palavras que tomo como minhas para que sejam usadas por todos que também estejam de saco cheio de serem tratados como imbecis pela imbecilidade daqueles que não conseguem e não têm vergonha da incapacidade de raciocinarem com suas próprias cabeças.
Como minha vizinha, esses retardados são alimentados por um exército contratado exclusivamente para inventar e distribuir mentiras, complementando o serviço sujo dos grandes veículos de Mídia, porque depois de mais de uma década me rendo, embora não me reconheça vencido pelo milenar ignorare citado pelos sufistas, nego-me a continuar perdendo tempo em responder aos preconceitos de um a um.
Já foi afirmado por alguém que cada um tem sua verdade, embora a verdade de fato seja uma só. É dessa verdade real e existente que têm e devem se ocupar os que almejam contribuir com a própria evolução e a do meio social em que está inserido. E não em responder mesquinhas e insustentáveis “verdades” individuais daqueles que não querem enxergar o que está além de suas limitadas percepções.
Aos exclusivistas é tão impossível enxergar além do próprio umbigo que uma vez alguém me respondeu que não leria “Budapeste” de Chico Buarque de Holanda por não gostar de histórias de pobrezas e crianças negras e miseráveis. Qual argumento ou exposição da realidade será capaz de fazer com que uma pessoa como essa perceba que para resolver seus próprios problemas deverá procurar outros caminhos, posto que ao repetir os já experimentados manterá o problema inauterado.
Se a pessoa não pode se enxergar como agente ativo do que passivamente sofre pela própria inércia, alertá-la ou lamentá-la só rasará nossas atividades em prol da mudança em busca de muito mais do que meras melhorias; e é para os que tem muito a fazer em busca da evolução de nossa sociedade que ofereço este texto em resposta a todas as mensagens que os tratem como idiotas.
Palavras de Vera Marques que para mim são como se eu as tivesse escrito.
Uma resposta exata que serve como se fossem nossas palavras.

"Peçonha Virtual (reduzido e adaptado)
Estou de saco cheio de tanta baixaria, mediocridade, autoritarismo, mau-caratismo e violência real e simbólica.

Estou de saco cheio de ver esses cretinos mentindo, enganando e manipulando pra não deixar que o sonho do povo se realize.
Estou de saco cheio de ver a desfaçatez com que tentam convencer o povo de que ele sempre toma a decisão errada e que, por isso, é melhor não decidir mais e entregar o país pra que eles, os iluminados, governem.
Estou de saco cheio de ver esse mesmo filme se repetindo nos últimos cinquenta anos, desde que me entendo por gente: a elite canalha governando, mesmo que à força. A classe média pusilânime aplaudindo, e se sentindo representada, como se tivesse algum poder. E o povo, sofrido e conformado, “levando pedras como penitente” e sonhando com um Messias, que o virá salvar.
Estou de saco cheio de ver o país dar um passo adiante e dez para trás, por que o progresso democrático contraria os interesses de meia dúzia de poderosos, cuja ganância é maior que o tempo que eles terão de vida para aproveitar o produto de sua perversidade.
Estou de saco cheio de ver o único Governo em muitos anos que nos livrou do FMI, voltou a financiar moradias, criou milhares de emprego e universidades como nenhum outro governo. Que criou ainda um programa de segurança alimentar, para atender os famintos, (elogiado pela ONU e copiado em vários países) assumiu a liderança da América Latina e impôs respeito no mundo todo, ser execrado diariamente nos jornais, nas emissoras de televisão e nos face books, como se tivesse inventado a corrupção, a violência e todos os problemas que o país arrasta há quinhentos anos.
Estou de saco cheio de saber que isso é preconceito, sim. É ódio de classe, sim. É desejo de manter privilégios inaceitáveis, sim. Pois quando o sociólogo da Sorbone quebrou o país três vezes, liquidou o patrimônio do país a preço de banana, sucateou o parque industrial do país com uma política monetária absurda, multiplicou a dívida externa e comprou votos pela bagatela de duzentos mil para se reeleger, nunca mereceu da mídia o linchamento diário que vêm recebendo o Governo Lula, Dilma e o PT. Nunca foi   desrespeitado pela oposição,  pela mídia e por seus leitores inebriados por ela, da forma como o presidente Lula, Dilma e o PT têm sido desrespeitados.
Estou de saco cheio de ver tanta injustiça, tanta mentira tanta cara-de-pau, tanta irresponsabilidade com o futuro do país, no esforço de criar uma crise  que eles sabem que é hipócrita, falsa e eleitoreira, pois trata como novidade práticas seculares.
E tudo isso em um momento que poderíamos estar aproveitando para crescer, promover o bem-estar do povo, afirmar nossa grandeza como nação pacífica e progressista diante do mundo.
Eles não se importam em jogar na lata do lixo da história o futuro das nossas crianças, desde que possam trazer de volta ao poder o partido da compra de votos, da privataria, da dengue, da quebradeira e do apagão (de meses). 
Eles não pensam que, se interrompermos os projetos sociais que hoje assistem a mais de trinta milhões de brasileiros, estaremos fomentando ainda mais os bolsões de miséria, donde sairão os bandidos que matarão, sequestrarão e roubarão a paz de seus filhos e netos.
Essa gente dorme meu Deus? Essa gente coloca a cabeça no travesseiro à noite e sonha com os anjos, sem ouvir a voz do Ministro Gil cantando insistentemente em seus ouvidos “gente estúpida, gente hipócrita” ?
Se você está acostumado a ler meus textos, deve estar espantado e até indignado com a virulência e agressividade deste aqui. Deve estar também de saco cheio de me ver aqui a xingar e blasfemar por tantas linhas. Pois saiba que é exatamente assim que estou me sentindo, depois de passar 11 anos sendo submetida a um bombardeio diário de baixarias e canalhices golpistas daqueles que querem única e exclusivamente o poder.
Esse texto é um desabafo, uma vingança, um grito transbordante de quem está de saco cheio de agir corretamente, de respeitar os outros, de seguir as leis, a Ética, os bons modos, o politicamente correto e, olhando em volta, ver o triunfo dos canalhas sobre homens de bem, como Lula e Dilma. Do medo sobre a esperança, da covardia sobre a vontade de mudar pra melhor.
O texto está ofensivo, grosseiro, chocante? Que bom! Era isso mesmo que eu queria. Que toda a bile que derramei aqui possa chegar até essa gente nefasta e provocar neles raiva, amargor, ódio, ressentimento.
Palavras não matam, mas, ferem. Ficam ecoando na cabeça e infernizando a alma por muito tempo.
Tomara que todos eles leiam. E tenha um mau dia, uma péssima semana, um péssimo mês, e um ano novo pior ainda. Para ver o todo o artigo, (que veste como uma luva para muita gente) sem cortes e sem adaptação entre aqui: ─

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