Jornais
destacam nas capas os números do Ideb de 2011. Estado, em manchete,
admite avanço tímido enquanto demais dão enquadramentos
francamente negativos ao assunto (Folha também em manchete).
Mensalão continua no alto da agenda da mídia, com tese de
desqualificação da lavagem de dinheiro pelas defesas e início
previsto para hoje do voto do relator. Destaques de capa no Globo e
Correio para paralisação de Belo Monte pela Justiça. Valor,
Estado, Folha e Brasil Econômico trazem chamadas de capa sobre
novas concessões que governo anuncia hoje. Greves dos servidores
públicos alimentam manchetes do Globo, sobre perdas no comércio
exterior, e no Correio, que diz que estão emperradas
Ideb/pouco
avanço – Estado diz em manchete que “Educação avança no
país, mas aluno aprende pouco”. Destaca que o índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado pelo MEC
mostra que o Brasil obteve avanços nos primeiros anos do ensino
fundamental, mas o ensino médio apresentou piora em oito Estados e
no Distrito Federal, apesar de a meta nacional ter sido atingida.
Frisa que em outros 12 Estados, a meta não foi alcançada. Aponta
que, com o aumento na progressão dos estudantes, houve menos
repetência. “Para especialistas, os dados indicam que o Brasil
teve avanços muito tímidos e grande parte dos estudantes ainda sai
da escola sem aprender o que deveria”. Jornal relata ainda que, no
ensino médio da rede particular, 15 Estados e o DF não atingiram a
nota mínima e dois terços dos 20 Estados avaliados em 2009
apresentaram queda ou mantiveram a mesma média. Folha também dá
manchete ao assunto. Em “Novos dados ruins fazem MEC mudar ensino
médio”, diz que o governo federal quer reduzir o número de
disciplinas no ensino médio público após a divulgação dos
resultados de 2011 do Ideb. Globo destaca na capa que “Devagar,
quase parando: Ensino médio avança pouco”. Correio noticia
assunto no alto da capa com infográficos, “O ensino médio parou
no tempo”. MG/RS – Estado de Minas destaca no alto da capa
que “Minas tem o melhor ensino básico do país”. Zero Hora vai
na direção contrária, com manchete “RS tem pior resultado em
educa;ao no sul do Brasil”. Cotas/universidades – Globo
traz internamente que “MEC quer aulas de reforço para cotistas em
federais”. Em outra retranca, sobre o assunto, destaca declaração
de FHC, que “O risco é de criarmos racismo no Brasil”. Em
ainda outra retranca, Globo diz que “Governo tenta impedir que
Senado vote investimento de 10% do PIB em educação”.
Mensalão/lavagem
desqualificada – Estado destaca na capa que “Defesa tenta
desqualificar “lavagem” no mensalão”. Afirma que tentativas de
desqualificar o crime de lavagem de dinheiro tomaram conta ontem das
sustentações orais de advogados de réus do mensalão no STF. O
advogado do ex-ministro Anderson Adauto, acusado de comprar o apoio
de deputados do PTB, disse que a denúncia do Ministério Público
Federal contra seu cliente não deve dar em nada. Correio noticia na
capa que, “Atacado, Gurgel quebra o silêncio”. Informa que na
véspera do voto do relator do mensalão, o procurador-geral da
República critica advogados dos réus, a quem acusa de grosserias.
Jornal diz que Roberto Gurgel descarta pedir a palavra Corte para
rebatê-los. Matéria relata ainda que ele considera assunto superado
a hipótese de incluir o ex-presidente Lula no processo. Outra
retranca interna do Correio registra mesma posição sobre Lula do
ministro Marco Aurélio Mello. Ministros/votos – Em outra
chamada de capa, Estado noticia que “Ministros apresentam votos”.
Informação é que os ministros do STF começam a apresentar hoje
mais de mil votos pedindo a condenação ou absolvição de cada um
dos 38 réus do processo do mensalão. Globo acompanha em “Relator
inicia hoje leitura do voto”. Folha, na capa, reporta que “Ministro
do STF ironiza relator do mensalão e pede serenidade”. Diz que
Marco Aurélio Mello criticou a tentativa de colegas de acelerar o
julgamento do mensalão, para permitir o voto de Cezar Peluso, “tido
como rigoroso”, que se aposentará em setembro. Registra que Mello
chamou Joaquim Barbosa de "o todo-poderoso relator" e
cobrou serenidade de Ayres Britto, presidente da corte. Folha destaca
internamente opinião de FHC que “Condenação vai manchar o
governo Lula”. Valor, na capa, chama “a parte decisiva e
enfadonha do mensalão”, artigo de doutor em direito penal Victor
Gabriel Rodríguez, da USP. Globo, internamente, traz matéria com
posição de ministros do STF, “Defesa de Jefferson não convence
sobre Lula”. Editorial da Folha, “Pedagogia mensaleira”.
Belo
Monte/interrupção – Globo destaca na capa que “TRF manda
parar Belo Monte”. Informa que o desembargador federal Souza
Prudente, da 5ª turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF1), determinou a interrupção da obra de construção da
hidrelétrica, com multa diária de R$ 500 mil à empresa Norte
Energia, responsável pelo empreendimento, se descumprir a
determinação. Relata que o juiz determinou consulta aos índios
pelo Congresso Nacional para que a obra seja liberada. Jornal
registra ainda que, segundo o desembargador, os parlamentares também
terão que editar novo decreto legislativo autorizando as obras em
Belo Monte. Correio acompanha em “Justiça barra construção da
usina de Belo Monte”. Editorial do Estado sobre tema correlato, “Os
índios e suas terras”.
Concessões/menor
taxa – Valor chama na capa que “Novas concessões terão
menor taxa de retorno”. Segundo o jornal, a taxa de remuneração
dos investimentos privados nas novas concessões a serem anunciadas
pela presidenta Dilma cairá para um nível entre 6% e 6,5% ao ano,
no máximo, em termos reais. Serão, “conforme dois funcionários
do governo com conhecimento do assunto”, as taxas de retorno mais
baixas da história recente do país para projetos de infraestrutura.
Jornal informa que as taxas de retorno dos investimentos seguem uma
trajetória de queda desde o primeiro ciclo de privatizações, na
década de 1990, durante o governo FHC. Prazos e metas –
Estado, em “Concessão à iniciativa privada terá prazo e meta”,
noticia na capa que governo anuncia hoje um pacote de concessões em
rodovias e ferrovias, “obras que até então faziam parte do PAC e
deveriam ter sido tocadas pela União”. Jornal diz que, para
assegurar que os investimentos privados de fato ocorrerão, os
contratos terão metas de execução, com prazos detalhados.
Rodovias/investimento menor – Folha, na capa, informa que,
“Privatizadas há 4 anos, rodovias só investiram 10% do previsto”.
Reporta que, nos contratos assinados de 2008, que previam
investimentos de R$ 1,2 bilhão (valores atualizados) em 270 km,
apenas cerca de R$ 100 milhões haviam sido gastos até fevereiro
deste ano. Anota que dos oito grandes projetos, cinco nem começaram.
Brasil Econômico destaca na capa declaração de Jorge Gerdau, da
Câmara de Gestão do Governo Federal, que “o governo não pode
agir sozinho” para contornar os gargalos logísticos e precisa
também do investimento privado.
Greves/comércio
exterior – Globo, em manchete, diz que “Comércio exterior
perdeu dois anos em oito em razão de greves do “funcionalismo
sindical”. Afirma que em meio a uma greve de 57 dias na Receita
Federal e 29 dias na Anvisa, o comércio exterior do Brasil continua
perdendo. Cita levantamento da Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB), que afirma que, nos últimos oito anos, o setor
produtivo foi afetado pelo equivalente a quase dois anos de greve.
Número é a soma dos dias parados nos diversos órgãos responsáveis
pela liberação do comércio exterior do Brasil. Segundo a AEB,
greves sucessivas e longas afetam a competitividade do país.
Negociação/ “emperrada” – Correio, na manchete
“Negociação emperra, servidor radicaliza”, diz que,
inconformados com a falta de novas propostas pelo governo, depois de
duas horas de conversas, servidores trancaram-se na sala de reuniões
do 7º andar do Ministério do Planejamento, detiveram o secretário
de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, e ameaçaram que
ninguém sairia de lá enquanto não recebessem uma proposta do
Planalto. Policiais militares cercaram o prédio e, no início da
noite, eles decidiram deixar a sala. Jornal aponta “outro impasse”
nas universidades. Refere-se ao fato de o governo ter mandado cortar
o ponto dos grevistas, enquanto o MEC prefere a compensação dos
dias parados. Folha, internamente, noticia que “Greve ameaça
estoques de genéricos, diz entidade [Pró-Genéricos, em referência
à paralisação da Anvisa]. Estado, internamente, afirma que “PT
já se preocupa com impacto da onda grevista nas eleições”. Em
outra matéria interna, Estado diz que “Paralisações atrasam
grandes obras do PAC”, referindo-se a Abreu e Lima, Belo Monte e
Teles Pires.
Nenhum comentário:
Postar um comentário