quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sustentabilidade é ter o Pé na Terra, hoje ainda um sonho sonhado.

Quando crianças somos estimulados a imaginar de acordo com modelos e padrões. As meninas devem brincar de bonecas e casinhas, como se fossem de verdade, e sonham com príncipes encantados. Os meninos devem brincar de carrinho e de bola, como se fossem pilotos de F1 ou jogadores de futebol. Essas brincadeiras são convenientes para reforçar papéis culturais, nem sempre os mais adequados, que se espera de meninos e meninas, mas também são úteis para estimular nossas fantasias! E é bom e importante sonhar para nos retirar de uma realidade muitas das vezes frustrantes e nos remeter para um mundo imaginário! Seria um desastre se nossas crianças passassem a não mais acreditar nos sonhos, se nós próprios, adultos, resolvêssemos viver só de realidade! São os sonhos que nos impulsionam para querer ser diferentes do que somos hoje, querer ser melhores, num mundo melhor. Eles nos permitem acreditar que é possível, que vale a pena lutar! O perigo é se descolar de tal forma que os sonhos se transformam numa falsa realidade e o indivíduo saia do mundo real.

À medida que crescemos, no confronto com a realidade, nossos sonhos vão se esvaindo como num moinho, mas a cada sonho que se desfaz, logo é substituído por outro e mais outro, pois, assim como nosso corpo precisa de comida, nosso espirito também precisa de utopias. O processo de ajustar nossos sonhos à realidade nem sempre se dá de forma tranquila. Sonhamos com um mundo onde o meio ambiente seja respeitado e exista justiça social, mas o que mais vemos à nossa volta é destruição e desrespeito ao meio ambiente, fome, miséria, violência, exclusão social. Sabemos que existem boas práticas e bons exemplos de sustentabilidade, mas o fato é que os maus exemplos ainda os suplantam.

A realidade geralmente é muito decepcionante em parte por que existe uma enorme distância entre querer e fazer, sonhar e realizar. Na lógica das relações sociais nossas escolhas influenciam aos demais, os demais também nos influenciam. Enquanto alguns se importam com a dor alheia, outros são insensíveis, enquanto uns se preocupam em deixar um mundo melhor para as próximas gerações, outros parecem viver como se não fosse existir um amanhã.

Mas ainda assim é importante continuar sonhando, acreditando que é possível, e nos empenhar com determinação para fazer o melhor que pudermos, e quando as frustrações nos alcançarem, é importante estabelecermos limites do quanto podemos suportar. Não deveria existir nenhuma vergonha em ceder um pouco a fim de se alcançar o consenso do que é possível e suportável, ainda que isso signifique abrir mão de nossos sonhos, pelo menos um pouco, para nos ajustarmos aos sonhos dos outros, pois a sustentabilidade não é um sonho individual. Para virar realidade a sustentabilidade precisa ser sonhada por todos.

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