UM ALERTA AO SOFRIDO POVO JUDEU
Raul Longo
Estranhamente
alguém me escreve estimulando ao boicote de consumo do Café 3 Corações,
garantindo-o como produção de empresa israelense.
O
que estranho não é o convite ao boicote, mas de quem partiu a
iniciativa em divulgar a informação acompanhada de comentário com forte
cunho antijudaíco, apesar de, sem assumir abertamente, se tratar de um
evidente direita. De Pepe Mujica à Fidel Castro, acirrado crítico a
todas iniciativas latino-americanas de escape ao controle financeiro e
cultural do imperialismo euro-ianque.
Para
não dizer pior, um colonizado. Daí nunca o ter imaginado com
indisposições ao braço financeiro do capitalismo e resolvi responder à
mensagem na tentiva de descobrir a origem da surpreendente aversão. Na
mosca! Sem qualquer outra consideração, laconicamente definiu-se na
frase: “Hitler estava certo!”
Quanto
ao boicote, nada a considerar: passo pra outra marca de café e pronto!
Mas essa troca de mensagens me provocou outras preocupações, inclusive
por lembrar-me do latente antijudaismo sempre ressurgente em modismos
como dos skinhead.
A
mais caseira das preocupações a me incomodar o sono foi sobre qual
marca de alguma coisa, hoje, será isenta ao sionismo? Se não for da
China, o que a eles não pertence direta ou indiretamente? É quase o caso
de dizer: “aos judeus o que é dos judeus e quem conseguir conservar a
alma alugue-a pro Edir Macedo”.
E
ao lembrar do Edir Macedo, recordo também que sua emissora de TV é um
dos raros veículos de condicionamento de massas não sionista... No
mundo!
Além
do Rupert Murdoch, o maior empresário do planeta no setor, aqui no
Brasil também são sionistas todos os donos dos grandes veículos de
comunicação. Os Frias, da Folha de São Paulo, são a única oligarquia que
não é de origem judaíca, embora se comportem tipicamente como
sionistas, comprovando o que já concluímos na ditadura militar ao
verificar que para ser nazista não é preciso ter nascido na Alemanha. Da
mesma forma que nem todos os alemães eram nazistas e que o antisionismo
cresce inclusive em Israel, também há sionistas que não são judeus.
No
entanto, ainda que anti-semitas, quantos não financiam o sionismo por
lhes ser rentável? O clã Bush, por exempo, que no governo dos Estados
Unidos tanto apoiou aos sionistas, nos anos 40 perdeu um banco ao ser
condenado por traição ao continuar financiando o nazismo apesar da
guerra já declarada. E quantos bancos haverão recuperado em suas
posteriores associações com os interesses sionistas? Talvez até mais do
que nos negócios de petróleo em sociedade com a família do Bin Laden!
O
raciocínio é lógico: se os sionistas, que são judeus, ganham muito
dinheiro condicionando o próprio povo, porque outros capitalistas
haveriam de se deixar levar por preconceitos milenares e abdicar dos
interesses imediatos? Afinal, o bom cristão sabe que Deus perdoa tudo...
Até aliança com judeus! Sobretudo se rentável!
E
se amanhã voltar a ser rentável apoiar programas de extermínio de
judeus, já se tem em quem pôr a culpa pelos crimes e genocídios hoje
cometidos!
Aparentemente
isso não acontecerá tão já, pois ao longo dos séculos os antigos
pastores nômades formaram algumas das famílias mais poderosas do
planeta. Um poder que superou a todos os preconceitos raciais e
políticos, inclusive os dos nazistas!
Evidência
que só surpreende aos que nunca se perguntaram por quais razões nenhum
Rothschild, apesar de judeus alemães, jamais pisou um campo de reclusão
nazista? Tampouco de onde Hitler tirou dinheiro para formar o mais bem
armado exército da época em que a Alemanha se recuperava do fracasso
bélico e econômico da 1ª Guerra e a América se afundara no crack da
bolsa de Nova Iorque?
Mistério?...
Nem tanto! Apenas pra quem ignora quais as únicas corporações que então
teriam condições de financiar os delírios nazistas, pois aos cientes da
história do sionismo sempre foi muito evidente o motivo de todos os
judeus recolhidos aos campos de concentrações e extermínio em maioria
serem socialistas.
Através
do tudo que então já possuíam, após a guerra os sionistas poderiam ter
investido e construído um mundo mais pacífico, saudável e solidário.
Poderiam ter constituído, ali mesmo na Palestina, um estado onde ambos
os povos, igualmente semitas, convivessem harmoniosamente como o fizeram
durante tantos séculos, repartindo-se como palestinos judeus,
palestinos cristãos e palestinos islâmicos.
No
entanto, a mesma prepotência sionista que obrigou a imediata migração
de centenas de judeus para a Palestina, assim que libertos dos campos de
reclusão nazistas, sem qualquer consideração aos rogos dos que
desejavam procurar familares perdidos em meio ao caos do holocausto; é
hoje a arrogância que se repete na declaração do porta voz da
chancelaria do governo sionista, ao classificar o Brasil de anão
diplomático pela simples convocação de nosso embaixador para relato
exato da situação naquela região.
Desconhecerá,
o estado de Israel, procedimentos comuns a todas as nações em situações
similares? Faltará àquele governo noção das responsabilidades dos
corpos diplomáticos de cada país? Das naturais e necessárias
previdências dos governantes?
Ou
a pergunta mais exata será: Israel tem condições de se comportar como
um estado civilizado ou se trata apenas de um desses estados espúrios,
fundados por grupos de mercenários em continentes em fase de
desconolização? Israel será mesmo uma excreção político/geográfica
conforme o indicavam grandes sábios judeus como Freud e Einsten?
Já
que a ONU – Organização das Nações Unidas, não se demonstra capaz de
arcar com as responsabilidades para as quais foi criada, tampouco os
Estados Unidos como hipotéticos mantenedores de civilizadas relações
democráticas entre os povos ocidentais; não será caso de se alertar ao
sofrido povo judeu sobre o grande risco a que vem sendo exposto pelo
sionismo?
Isso
não haverá de ser uma missão de todos aqueles de espírito humanitário,
chocados pelo sofrimento do povo judeu ao longo da história?
Afirmações
como a de meu correspondente de direita, não serão um preocupante
alerta? Certamente aqueles judeus que conhecem a história de seus
ancestrais haverão de entender os motivos de minhas preocupações, pois
sabem que em toda a longa história de seu povo só houve dois períodos
harmoniosos e muito produtivos, que lhes resultaram em aquisição de
grandes conhecimentos e aprendizados.
O
primeiro foi no chamado Cativeiro da Babilônia quando, em verdade, o
que mais fizeram foi colher ensinamentos nas bibliotecas de tábuas de
argila das escritas cuneiformes herdadas dos sumérios. Dali seus
patriarcas desenvolveram as lendas de suas origens, baseados nas
mitologias de civilizações milenarmente anteriores à hébreia. E os
modernos sábios judeus têm consciência de que isso de terra prometida ou
povo escolhido são fantasias comuns a todos os povos de todos os
continentes e etnias. Alguns criaram suas próprias mitologias, outros as
adaptaram de povos mais antigos, como fizeram os hebreus que, por sua
vez, foram copiados por cristãos e mulçumanos que na Bíblia e no Alcorão
transcreveram a mesma mitologia do Torá, em parte retirada da Epopeia
de Gilgamesh e outros relatos cuneiformes.
Dali
surgiu o judaísmo que originou o cristianismos e o islamismo que em
outro profícuo período para as três culturas desenvolveram um dos mais
significativos movimentos culturais da história da humanidade: o
Moçarábe que na Ibéria não apenas resgatou a cultura clássica censurada
pela Igreja e pouco mais tarde influiu para o surgimento do Renascimento
em Itália, mas também criou expressões que ainda hoje influenciam
modernos artistas contemporâneos
Azulejaria Moçárabe e obra do artista holandês Maurits Escher (1898-1972)
Sábios
judeus não terão dúvidas de que mesmo detendo todo o dinheiro do mundo,
não haverá mito que sustente um povo, uma cultura ou uma nação que
através da arrogância e prepotência estimula o ódio do mundo contra ela
própria. O Império Romano, não se sustentou. Nem o Católico.
Não
se sustentaram porque o ódio fomentado para promover a violência da
conquista, sempre acabará se voltando contra o conquistador que será
derrotado por si próprio como os britânicos foram derrotados por Gandhi,
um pacifista, ou se derrotaram na China. Como os Estados Unidos foram
derrotados no Vietnam e nada obtiveram de evolução no Iraque ou no
Afeganistão.
O
ódio nunca promove evolução. Quando muito poderá promover a compaixão
como do ódio nazista surgiu a compaixão que hoje desculpa os
sanguinários sionistas perante o mundo, mas até quando? Até quando um
ódio jusfitificará outro? Até quando um engodo será usado para enganar
outros sobre engodo igual?
Esses
judeus que realmente conhecem a história do próprio povo sabem o quanto
essa complacência é efêmera e a que interesses corresponde. Sabem que a
qualquer momento a situação pode ser revertida e sabem contra quem se
reverterá.
Sabem
que o controle do sistema econômico construído ao longo da Idade Média
pelos judeus e que na oportunidade surgida com a Revolução Industrial
promoveu o desenvolvimento da elite burguesa em substituição à
decandente aristocracia, substituta da nobreza excecrada na Revolução
Francesa, foi uma evolução como apontou um de seus sábios. Mas também
sabem que o capitalismo por eles criado também compreende contradições
que um dia o tornarão tão débil e falível quanto o feudalismo que
substituiu a monarquia aos moldes da antiguidade.
Sabem,
esses que anotam os anais milenares da história do povo judeu, onde
sempre aperta o garrote da história e estala a volta da chibata do ódio.
Sabem que se hoje a condição econômica do mundo lhes garante poder
sobre nações poderosas, também hoje o poder dessas nações oscila na
crise financeira internacional.
A
imprevissibilidade de até quando a população dos Estados Unidos e
Europa sustentará os prejuízos da irresponsabilidade neoliberal, torna a
condição do sionismo e de todo o povo de crença judaíca bastante tênue,
débil e arriscada. Mesmo sendo injusto responsabilizar os judeus pelo
desastre financeiro global do neoliberalismo, apenas porque seu ideólogo
Milton Friedman era judeu de origem, ou somente porque as instituições
financeiras que mais se beneficiaram com a aplicação do golpe
neoliberalista no mercado mundial são de associonistas judeus; o estado
de Israel deveria usar de sutileza acima da tão baixa estatura
diplomática de seu porta-voz..
Onde
andará a sabedoria daqueles judeus capazes de aprender com a própria
história? Aqueles não se iludirão com a hipocrisia da aparente
tolerância e boa disposição mundial aos desmandos e crueldades
sionistas, pois há muito já sabem quão fácil é lavar as mãos e empurrar a
culpa e a cruz para os judeus em cada canto do mundo.
E
também sabem que quando ocorrer uma inversão de poderes e forças, os
arrogantes sionistas se asilarão, construirão novas alianças e se
sujeitarão a novos desígnos. Se necessário, a novos deuses! Foi assim
quando fugiram da inquisição na Espanha, chamados por seus ricos
patrícios amigos do rei de Portugal. E depois de espoliá-los, venderam
seus filhos como escravos para colonizar São Tomé e Princípe (Golfo da
Guiné). Então fugiram abandonando-os para serem obrigados a renunciar a
própria fé tornando-se cristão novos e ainda assim trucidados no Program
de Lisboa em 3 dias e noites de assassínios e orgias de sangue e
estupros.
Os
sábios judeus sabem que o Bezerro de Ouro e a Arca da Aliança são
símbolos míticos que comprovam não haver realidade imutável. A evolução é
uma realidade e nenhuma involução jamais será eterna. E o ódio jamais
promoverá evolução alguma, sempre se voltando contra os que o promovem.
O
Império Japonês demorou a enxergar essa evidência, mas depois que
passou a respeitar seus vizinhos chineses e a cooperar com seus vizinhos
coreanos, se tornou uma das nações mais ricas do planeta, apesar de ser
um arquipélago subdividido em 6.852 pequenas ilhas vulcânicas.
Como
que justificar o ódio sionista? Os massacres das crianças de Gaza?
Pelos foguetes do Hamas? Na Faixa de Gaza se concentram quase 2 milhões
de pessoas em 365 km2. Na ilha de Santa Catarina a ocupação se dá em 424
km2 por pouco mais de 300 mil pessoas e os pescadores adentram o mar
até onde desejarem. Única fonte de alimentos para a população de Gaza, o
mar também lhes é exíguo pela marinha sionista que impede saída ou
aproximação além dos limites impostos por Israel.
E
Israel também controla a distância do muro que isola a população de
Gaza da fronteira com o Egito que, por sua vez, instala redes de
obstrução de até 18 metros de profundidade para inviabilizar os tunéis
palestinos, uma tentativa subterrânea de obter recursos importados:
alimentos, vestuário, remédios, etc..
Em
1998 foi inaugurado em Gaza o Aeroporto Internacional Yasser Arafat.
Bloqueado por Israel em 2000 e de pista destruída pelas forças armadas
sionistas em 2001, ao silêncio da ONU e com o apoio da chamada
“democracia” estadunidense Gaza foi transformada no maior campo de
concentração do mundo!
E
como não reagiriam? Não houveram judeus resistentes e combativos que
reagiram às limitações impostas pelos nazistas ao Gueto de Varsóvia?
Como
justificar a expansão da ocupação da Palestina desde 1947, dizendo-se
atacados pelos países árabes vizinhos logo após a saída das forças
britânicas do território?
Como
não seriam atacados se em 1946, liderados por Menachem Begin, os
sionistas explodiram o Hotel King David que sediava o quartel general e
o governo civil de seus aliados britânicos? Por mera impaciência às
recomendações do governo britânico para se aguardar mais propício
momento para definição de ocupação do território palestino, o atentado
terrorista de Begin matou 28 de seus aliados ingleses, 17 judeus e 41
árabes. A maioria dos mortos integravam as delegações diplomáticas que
Begin também considerou anãs. Mesmo assim, em 1977 Bein foi eleito
primeiro-ministro de Israel, cargo que ocupou até 1983.
Hotel
King David após atentado do terrorismo sionista em 1946. Total de
mortos: 91, entre diplomatas, militares, hóspedes e funcionários do
hotel. Em 2006 o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu presidiu um grande
evento comemorativo ao aniversário de 60 anos do ato terrorista.
Esse
ato sionista foi o precursor do terrorismo na região e se não há como
justificar o ódio palestino pelo ódio judeu, muito menos o inverso. Mas
não é o ódio de palestinos a judeus o que mais preocupa e sim o do resto
do mundo.
Preocupa
a todos que saibam o quanto judeus já sofreram ao longo da história e
se pode prever que mercenários sionistas promoverão a continuidade
desses sofrimentos ao futuro desse povo. Previsão que se evidencia nas
notícias das manifestações de repúdio ao massacre de Gaza em todas as
grandes cidades do mundo.
E
quando essas multidões que protestam contra a morte das crianças
palestinas, se aperceberem que elas próprias financiam esse massacre não
apenas em cada café que tomam, mas também a cada sanduíche que comem? A
cada lâmpada que acendem? A cada ligar de TV? A cada jornal ou revista
que compram? A cada juros no pagamento da prestação! A cada depósito
bancário!
Goebbels
precisou repetir mil vezes a mentira de que os judeus seriam
responsáveis pelas dificuldades financeiras da população germânica do
pós Primeira Guerra, mas a verdade não terá de ser repetida tantas
vezes. O que ontem foi uma mentira hoje é uma evidência e também se faz
evidente que são os que criaram a atual crise financeira, através de
suas instituições securitárias, seus bancos, seus créditos podres. Quem
são esses que manipulam o grande capital? O grosso da grana do mundo
acessada pelas grandes corporações sionistas e, como sionistas,
consequentemente de judeus. Mas saberão as multidões distinguir judeus
de sionistas?
O
nanismo diplomático talvez impeça que de dentro de Israel se enxergue a
realidade das colônias judaicas espalhadas pelo mundo, mas os judeus
que vivem próximos de tantos corações feridos pela arrogante
desumanidade dos sionistas, urgentemente precisam começar a se
manifestar.
Não
apenas no Brasil, mas em todo o mundo precisam se manifestar pela
própria segurança, pois se continuarem tão omissos aos massacres de Gaza
acabarão sendo confundidos até por ser filhos que amanhã poderão
cobrar-lhes como muitos alemães hoje cobram, duramente, a omissão de
seus pais e avós aos campos nazistas de extermínio. Não tão grandes nem
tão populosos como Gaza, mas muito similares.
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