quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Obrigado, Bloomberg!

 Agora sabemos a verdade sobre a Petrobrás!!!

Paulo Metri  conselheiro do Clube de Engenharia

Uma leitora do meu blog chamou minha atenção para o artigo “Shell to Halliburton Seen Winning With Brazil’s Neves”, que se encontra no site “Bloomberg News” e é assinado pelos repórteres Sabrina Valle e Juan Pablo Spinetto. A tradução deste artigo feita por Isabel Monteiro pode ser encontrada no endereço: http://jornalggn.com.br/noticia/o-pre-sal-na-mira-dos-apoiadores-de-aecio
Nós, brasileiros, para sabermos como realmente pensa o candidato Aécio com relação ao petróleo e ao Pré-sal, temos que ir a um site estrangeiro para ler o recado que ele está mandando, através de seus assessores, para as empresas petrolíferas estrangeiras. A mídia brasileira poderia fazer o trabalho investigativo que os dois repórteres, autores da matéria, fizeram. Mas, Aécio não ganha nenhum voto com esta publicação no Brasil e, pelo contrário, deve perder alguns.
Um sumário da parte de interesse do artigo é o seguinte:
1.      "Se Aécio Neves ganhar, ele vai abrir (o setor de petróleo) aos investidores estrangeiros", disse Robbert van Batenburg, diretor de estratégia de mercado na corretora Newedge, dos Estados Unidos da América.
2.      O candidato da oposição promete leiloar blocos de exploração com mais frequência, aumentar os preços dos combustíveis e liberar os requisitos de compras locais, ouvindo as recomendações da indústria.
3.      Neves contratou um consultor da indústria e um funcionário envolvido nas privatizações na década de 1990, para redigir o seu programa de energia.
4.      Ele também está pensando em mudar a legislação que obriga a Petrobras a manter um mínimo de 30 por cento de participação nos projetos do Pré-sal.
5.      "Essas restrições às importações e barreiras comerciais (referindo-se às ‘compras locais’) não nos ajudam. Se ele ganhar, vai reverter todas as restrições ", disse também Batenburg.
6.      Elena Landau, que aconselha Neves em matéria de energia e esteve envolvida nas privatizações de empresas públicas nos anos 1990, no governo de Fernando Henrique Cardoso, acha que a exigência da Petrobras ser a operadora em cada nova descoberta no Pré-sal deve ser revista para estimular a concorrência.
7.      Landau complementou: "Quando você tem a Petrobras como operadora única, você está limitando a capacidade (de produção)".
8.      Lula e Dilma, sabendo que custaria centenas de bilhões de dólares para desenvolver a região do Pré-sal, ainda quiseram empresas estrangeiras para ajudar a captação de recursos financeiros, como sócios minoritários, sem entregar à eles o poder de definir orçamentos ou decidir onde perfurar.
9.      "O monopólio do produtor estatal sobre o Pré-sal precisa ser revisto”, disse Adriano Pires, consultor e coautor do plano de petróleo de Aécio Neves.
Dilma prioriza as compras locais, pois através delas são gerados emprego e renda no país, além de ser uma forma de combater a desindustrialização. Dilma quer que a Petrobras seja a operadora única do Pré-sal, porque a operadora é quem decide, dentre outras coisas, onde comprar e, sendo a nossa empresa, muito será comprado no país.
Dilma não aumenta o preço dos derivados a qualquer aumento do barril no mercado internacional, primeiro porque não dependemos mais de óleo do exterior e, depois, porque ela se preocupa com o bolso do povo. Dilma não tem nenhum assessor “comprometido com a indústria (estrangeira)” e nenhuma assessora com “experiência nas privatizações”.
Foi dito por Landau, de forma indireta, que o objetivo é expandir a produção de petróleo ao máximo. O governo Dilma busca expandir a produção, respeitando a capacidade de participação da Petrobras e de expansão dos fornecedores nacionais.
Alguém tem alguma dúvida que os dois candidatos são bem diferentes com relação ao setor de petróleo?

FRIDAY, 17 OCTOBER 2014
Petroleiras Americanas apoiando Aécio Neves, que promete Mudar a Lei de Partilha. 
Tradução de Artigo no Bloomberg News, de Outubro 10, 2014 4:37
"Shell to Halliburton Seen Winning With Brazil’s Neves"
 By Sabrina Valle and Juan Pablo Spinetto

É possível imaginar um cenário em que uma organização conseguisse interferir no processo de votação no Brasil?


Essa pergunta me foi feita, levando em conta os escândalos de espionagem dos EUA, por um jornalista da BBC, numa entrevista que estou respondendo por escrito. Com o esboço abaixo antecipo a vcs a resposta, devido à importância das informações, à urgência do momento, e ao interesse que vcs tem mostrado no tema. Contribuições continuam chegado, e esta narrativa será eventualmente complementada em um 4° Relatório do Comitê Multidisiplinar Independente (CMInd), do qual faço parte. 

Em síntese, é possível descrever com fatos documentados uma parte do cenário de 2014, e deixar para cada um imaginar o que quiser sobre o restante. Peço apenas que não publiquem ainda sob o meu nome, até que vença o prazo que darei para a BBC usar a entrevista completa.

Da análise dos programas do sistema de votação


Dentre os cerca de 90 mil programas que compõem o sistema de votação do TSE, há um -- no arquivo programaInserator.cpp -- que chamaremos de Inserator. A finalidade lógica do Inserator é a criação de scripts para inserção de pares de chaves criptográficas assimétricas em um banco de chaves nomeado. O que isso significa? A compreensão da resposta requer certa perspicácia de detetive para alguns detalhes. 

Das chaves de um tal par, a chave privada -- que faz par com uma chave pública correspondente -- deve necessariamente ser armazenada em sigilo, mas o Inserator as protege de maneira inócua, tornando consideravelmente simples o acesso às mesmas, para quem conhece suas maneiras. Isto compromete o uso desses pares de chaves para qualquer propósito que seja, como por exemplo a autenticação de programas oficiais no sistema de votação, que é a principal função declarada do subsistema onde oInserator foi encontrado, o Subsistema de Instalação e Segurança (SIS). O desenvolvimento, manutenção e suporte do SIS é terceirzado para aquela empresa privada que mais tem pulado licitações públicas no TSE.

Podemos dizer que o Inserator estava escondido no SIS porque nenhum outro programa do sistema de votação o conhece pelo nome, e portanto, só pessoas que o conhecem poderiam acioná-lo pelo teclado, em computadores onde o SIS estiver instalado. Tal acionamento pode manipular o sistema de votação em três passos: digitando-se no teclado, para execução como comando, o nome do correspondente executável, seguido do caminho para o arquivo contendo um par de chaves assimétricas a ser inserido, renomeando-se temporariamente o banco de chaves que receberá essas chaves, e invocando-se o script gerado no primeiro passo, também pelo teclado. 

Tal manipulação pode iniciar fraudes na medida em que a chave privada de um par assim inserido puder ser usada para assinar digitalmente qualquer programa, em qualquer ambiente antes ou depois de uma tal inserção. Pode assinar, por exemplo, uma versão clandestina do programa do TSE que registra e soma votos dentro da urna, alterado para desviar certa porcentagem de votos de um candidato a outro, ou um programa "estranho" que altere essas somas e registros na hora certa. 

Esse programa alterado ou estranho poderia então ser automaticamente validado pelo SIS, como programa oficial, se a correspondente chave pública estiver no respectivo banco de chaves, usado para verificar assinaturas digitais oriundas do TSE, no ambiente de preparação da eleição nos TREs. Neste caso, o SIS permitiria que as urnas eletrônicas sendo preparadas sob seu controle recebam, junto com os demais programas oficiais, uma versão clandestina do programa de votação ou um programa estranho -- que no dia da eleição poderia desviar votos por atacado em todas as urnas onde estiver instalado -- como se fosse um programa legítimo, oriundo do TSE. 

Existem documentos de fiscalização que comprovam a ocorrência desse tipo de instalação na eleição de 2012. Outrossim, se a alteração for bem feita, seja com início no TSE, após a compilação e lacração e antes do envio dos programas, seja nos TREs, na fase de preparação, após a carga das urnas o banco de chaves que recebeu a inserção fraudulenta poderia ser restaurado ao seu conteúdo original e, após a gravação dos resultados da votação fraudada nas urnas, o programa alterado ou estranho poderia também eliminar rastros de sua clandestinidade, apagando as diferenças com o ambiente que deve ser encontrado em umas sadias. 


Cenário desta análise


Resumindo, isso tudo significa que o Inserator é indistinguível de uma porta de fundos escamoteada para invasões sorrateiras ao sistema. Ele foi descoberto, junto com outras três vulnerabilidades, nos primeiros dias se setembro de 2014 por um auditor externo devidamente cadastrado junto ao TSE, sob compromisso de confidencialidade. Esse auditor estava, junto com outros analistas, exercendo o direito de fiscalizar o código dos programas do sistema de votação de 2014 em nome do Partido que os cadastrou. A lei restringe esse direito à OAB, Ministério Público (MP) e Partidos, mas tanto a OAB quanto o MP haviam se recusado a exerce-lo e a credencia-los. 

As vulnerabilidades descobertas foram relatadas com pedido de providencias, pela advogada desse Partido credenciada para isso, através da Petição TSE Nº 23.891, dirigida ao presidente do TSE em 4 de setembro de 2014. A Petição foi tratada pelo Secretário da Presidência do Trinbunal como reclamação sobre votação -- que ainda não havia ocorrido --, e não como impugnação de programas analisados -- conforme enquadrava o cenário --, esta prevista na Resolução 23.397/2013 que disciplina a fiscalização dos programas. Essa intempestividade propiciou então ao TSE uma espetaculosa saída pela tangente.


Da conduta da Justiça Eleitoral frente a este cenário


Com tal manobra, na função de juiz "auxiliar", esse secretário desqualificou a advogada e o pedido, indeferiu e mandou arquivar tudo, como se os fatos narrados nos autos fossem irrelevantes. Ao invés de enviar esses autos para análise do Ministério Público, nomear um juiz Relator que daria parecer para julgamento em plenário, como manda a supracitada norma do próprio Tribunal para esses casos, ele saciou-se com aquela intempestividade e com um parecer parcialmente secreto da sua Secretaria de Informática (STI). A STI, que com a empresa privada que desenvolveu e mantém o SIS deveriam responder como réus, explicou-se num documento cujo trecho nos autos não tem pé nem cabeça: o inserator está no SIS mas não é mais usado, embora continua lá porque ainda é usado "noutros projetos". 

Que projetos? Pedidos de audiência do presidente daquele Partido com o do TSE foram até aqui ignorados. Todavia, como essa manobra desfez juridicamente aquele compromisso de confidencialidade, cabe-nos prosseguir, agora buscando quais projetos seriam esses que precisam do Inserator, e por que a empresa que o mantém no SIS consegue pular tantas averiguações. Para isso, não precisamos ir longe. Tão logo saiu o resultado do 1° turno, surge o primeiro candidato a tal "projeto": um suspeito de interferir na votação.

Em artigo no portal Vi o Mundo de 11 de outubro, o professor de psicologia da UFJF Gustavo Castañon analisa os fatos e pergunta: Houve fraude eleitoral ou na pesquisa de boca de urna? Tres dias antes, o professor de filosofia Bajonas Brito Jr sentenciara: Subida de 14 pontos em 72 horas deve ser investigada. Uma tal suspeita de interferência por contaminação atacadista das urnas, com programas que desviam votos sob a bênção do Inserator, poderia vir a ser reforçada por discrepâncias semelhantes no 2° turno. Ou não. Mas, será que no final teremos acesso a essas pesquisas, como tivemos no 1° turno? Se não, por que? 

Enquanto aguardamos, convém averiguar como é controlada a empresa privada que o TSE contratou sem licitação para fazer o SIS, onde ambas mantém o Inserator para "outros projetos". No artigo "A imprensa e o estilo Dantas", na seção "caso Nacif", esse respeitado jornalista independente nos revela que o atual diretor-presidente da empresa do Inserator teria confessado sua trajetória de (ex-)funcionário da Kroll, ou seja, daquela organização multinacional surgida nos EUA para espionagem e operações gerais de guerra cibernética que se envolveu num escândalo de traições e operações criminosas vindas à tona em 2008, por efeito da operação Satiagraha, conforme analisei em "Estado Judicialesco".


Conclusão


Se esses fatos ainda não despertam imaginações de interferências, existem mais. Antes, o mesmo diretor-presidente da empresa do Inserator dirigia um banco de desenvolvimento no último mandato presidencial do partido cujo candidato subiu 14 pontos na véspera do 1° turno. Acima, a embaixada onde a Kroll presta contas pode terriscado do mapa a candidata concorrente, por ter esta como presidenta se alinhado aos líderes do BRICS para fundarem alternativas à dependência financeira ao dólar e aos banqueiros globalistas, a julgar pela demonização e hostilidades em curso contra China e Rússia. 

E abaixo, outro diretor presidente, este da empresa Engetec, que venceu em nove estados a licitação 42/2012 -- refeita várias vezes no TSE até pulverizar-se nos TREs -- para terceirização do serviço de preparação das urnas eletrônicas na eleição de 2014, presidia a compania Vale do Rio Doce durante a privatização naquele mandato, e é hoje membro do comitê e arrecadador da campanha do candidato que subiu aqueles 14 pontos de véspera. Essa última ligação só foi descoberta porque a Engetec é sucedânea ante o fisco da empresa que antes ganhava todas essas licitações, a Probank, que faliu dando um cano de 160 milhões de reais. E por fim, talvez um ato falho -- ou aviso maçônico -- do mesmo candidato, falando de eleição e softwares, originais e piratas.

Agradecimentos a vários colaboradores do CMInd.

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Pedro Antonio Dourado de Rezende 

Professor concursado no Departamento de Ciência da Com­putação da Universidade de Brasília, Bra­sil. Advanced to Candidacy a PhD pela Universidade da Cali­fornia em Berkeley. Membro do CMInd e do Conselho do Ins­tituto Brasileiro de Política e Direito de In­formática. Ex-membro do Conselho da Fundação Softwa­re Li­vre América Latina, e do Comitê Gestor da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-BR), en­tre junho de 2003 e fevereiro de 2006, como representante da Sociedade Civil. 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Um Voto Crítico, Mas Convicto - por Zeca Baleiro

O direito à oposição e o anseio pela alternância de poder são pressupostos básicos de um estado democrático. Desejar e acalentar o sonho de mudanças também é uma natural aspiração de todo cidadão.
Acho o governo Dilma criticável, como todo governo o é. Acho o PT criticável também, como todos os partidos o são. Como todo brasileiro, anseio por mudanças que urgem, embora reconheça que há mudanças políticas em curso neste governo que são louváveis. De qualquer modo, embora Dilma tenha seus pontos vulneráveis, não vejo adversário digno de sucedê-la. Mudar por mudar não me parece conveniente. Um dos argumentos mais usados pelos detratores da atual presidente e seu partido é o de que “estão há muito tempo no poder”. Esquecem que os tucanos há 20 anos ocupam o trono do governo de São Paulo (e há tempos vêm cometendo pecados sem perdão como o desmando irresponsável que gerou a crise de abastecimento de água no estado), isso sem falar nas oligarquias do Maranhão, há 48 anos roendo o osso do poder, e a de Alagoas, há outros tantos anos se perpetuando na política local (e estes casos nem devem ser levados em conta, pois, além de antidemocráticos, são imorais).
Um governo comprometido socialmente deve dirigir o olhar primeiramente aos desfavorecidos, aos excluídos do jogo social, isso é óbvio. Este governo que aí está fez isso. E o que não faltam no Brasil são pessoas vivendo em quadro de pobreza extrema, privadas dos direitos básicos de cidadão, massa de manobra barata para oligarcas usurpadores. Quando o buraco é muito fundo – e o fosso social no Brasil é pra lá de fundo -, não há como não ser assistencialista, infelizmente. Uma das frases feitas que mais me indignam neste pobre debate político (debate entre aspas) é a máxima hipócrita de que “é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe”. Ora, como ensinar a pescar um sujeito devastado pela fome e pela doença?
Outro argumento usado à exaustão é o da corrupção, e não podemos nos enganar - todos os partidos, quando ocupam o poder, caem em tentação, para nossa desgraça. A diferença básica neste Fla-Flu de corruptos é que os do PSDB seguem impunes, os do PT nem tanto. Só a punição exemplar desses bandidos somada à vigilância social mais ferrenha poderá fazer banir esta "cultura da corrupção" que hoje impera no país, ou ao menos reduzir os seus índices.
Não sou petista nem sou apegado a partidos ou candidatos. Voto com independência. No primeiro turno, meu voto foi dividido entre candidatos do PSOL, do PSB e do PT. Isto me parece coerente. Se nos próximos anos aparecer uma grande e confiável liderança política de outro partido, não hesitarei em mudar meu voto, desde que seu projeto tenha viés socialista, único projeto político que penso ser viável no mundo de hoje. Isto também me parece coerente.
O que não me parece coerente é ver a ex-candidata Marina Silva, arauta da “nova política”, anunciando seu apoio à candidatura Aécio Neves. Todos sabemos que a sua trajetória de luta contra os barões malfeitores do Acre a aproxima ideologicamente mais do PT, e não foi à toa que ela assumiu a pasta do Meio-Ambiente no governo Lula. Isto que ela agora faz é velha politicagem, jamais nova política. Sabemos para onde miram os políticos do PSDB, e no que vai resultar um novo governo tucano (e faço questão de afirmar o mesmo repúdio às alianças eleitoreiras do PT com velhos caciques paroquiais como Sarney, Collor e Calheiros).
Se a intenção de parte do eleitorado era destronar o PT e Dilma a qualquer custo, então que votasse num partido mais à esquerda (sim, eles existem) e não num partido que reza na cartilha do datado neoliberalismo que levou à convulsão social e ao desemprego massivo países europeus sólidos como França e Espanha, e que quase levou o Brasil à bancarrota, na era FHC. Este, por sua vez, sociólogo pós-graduado na Universidade de Paris, tem como hobby disparar frases infelizes, como a recente declaração preconceituosa e separatista sobre os nordestinos e seu voto, segundo ele, catequizado. Com todo o respeito que possa merecer, o ex-presidente está na Idade Média da Sociologia. Avançamos muito nos últimos anos em termos de “pensamento social”. Não há porque retroceder.
Votarei em Dilma e, caso ela seja eleita, terá em mim um crítico implacável de seu governo. É assim que entendo o que chamam de democracia. O resto é balela.
P.S.: Peço aos internautas que queiram comentar, criticar ou divergir do meu texto, que o façam civilizadamente, com argumentos embasados, não com ofensas ou baixarias. De baixo, já basta o nível do debate dos nossos candidatos na corrida eleitoral.
Zeca Baleiro
(17 de outubro de 2014)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Os temas em que Aécio foi desmentido, por Sérgio Medeiros

ENVIADO POR SERGIOMEDEIROSR QUI, 16/10/2014 - 12:40

ATUALIZADO EM 16/10/2014 - 14:52

AUTOR: 



A questão fundamental do debate, é que a Presidente Dilma, trouxe, pela primeira vez, uma série de acusações que circulam nos jornais, ou, em publicações esparsas, para que Aécio se defendesse, ou, melhor, seus defensores não pudessem alegar desconhecimento dos fatos a ele imputados nas mídias sociais.
Assim, trouxe a baila importantes temas como a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, que julgou inconstitucional uma lei que efetivou servidores sem concurso, em Minas Gerais (mais de 98 mil). A acusação de que o governo do PSDB em Minas não divulga os gastos com as comunicações nas rádios da família e do próprio Aécio – que o Procurador Geral da República Janot, não absolveu Aécio no caso do Aeroporto de Cláudio (MG), , mas sim determinou que o Ministério Público de Minas Gerais apurasse possível improbidade administrativa.
Isso além de outros que deverão ser abordados em breve, como o caso de Aécio ter sido funcionário fantasma da Câmara Federal dos 17 aos 21 anos, ou como ele mesmo admite, aos 19.   http://tijolaco.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/10/ficha.jpg
Alguns dos temas abordados e os links para aferição
Vejam as afirmações da Dilma - Lei mineira que efetivou professores é inconstitucional - site do Supremo Tribunal Federal - por incrível que pareça, esta noticia apareceu apenas no site de noticias do STF - porque será?? nada como uma imprensa amiga ...
ou a referente ao Tribunal de Contas do Estado de MG sobre os gastos em educação e saúde...https://www.scribd.com/.../TCE-MG-Acordao-Tribunal-Pleno...
Sobre os efeitos deletérios do choque de gestão – que aumentou tributos no início e no fim revelou-se um fracasso... Veja reportagem na folha sp..http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1531207-choque-de-gestao-de-aecio-em-minas-tem-efeito-declinante.shtml
ou que ele “trabalhava” na Câmara dos Deputados - Brasília (segundo o site da Câmara desde os 17 aos 21 anos - ) cfe. sua assessoria teria, em parte, confirmado à Folha SP - teria sido aos 19 anos e o fato de morar no Rio de Janeiro, onde estudava não tinha problema nenhum...
Gastos do governo mineiro com rádios de Aécio - cfe Folha SP:
Ministério Público Federal vai investigar Aécio por improbidade administrativa em relação ao aeroporto construído em Cláudio, em terras de familiares.http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1529603-janot-arquiva-parte-de-representacao-do-pt-contra-aecio-por-aeroporto-em-claudio-mg.shtml
Bolsa Família –
Primeiro, a Lei é a 10.836/2003.
Segundo - o Bolsa Família, como programa que se estende - hoje a mais de 14 milhões, nunca teve esta abrangência no governo Fernado Henrique. O valor total despendido por FHC, em um ano(e na realidade foi em apenas um ano, ou melhor, menos), na época, era equivalente a pouco mais de um quarto do que hoje é gasto.
Terceiro, OLHEM o casuísmo do período em que foram instituídos estes programas - , como sempre foi salientado, FHC teve seu primeiro ano de governo em 1994 - em contrapartida o bolsa escola foi criado em 04/2001 e o Cadastro Unico, em 07/2001 - ou seja entrou em funcionamento na hipótese mais otimista em agosto de 2001 -e o vale gás (criado para compensar o fim do subsídio do gás) foi regulamentado em fins de janeiro de 2002 (este ultimo começou a ser pago pouco menos de 07 meses antes das eleições Presidenciais. Assim, a crítica que se faz é que o programa criado por FHC, além de ter sido uma tentativa para ganhar as eleições de 2002, nunca teve o tamanho e a dimensão do Bolsa Familia, ou seja, reflete uma mera caricatura oportunista.
Querer comparar um programa restrito e feito no ultimo ano de um governo de oito anos (primeiro e segundo mandatos) e que atingiu pouco mais de 25% do Bolsa Família, é desproporcional e indevido. Por fim, os peessedebistas, em sua maioria, sempre chamaram e ainda hoje chamam o bolsa família de bolsa esmola, bolsa vagabundo, sendo hipocrisia esta defesa do programa – o caso que a iniciativa de FHC era realmente dar uma esmola eleitoral e não criar um abrangente programa de inclusão.
Apesar de ser um programa federal, o bolsa família tem seu cadastramento feito nos municípios(em que mais de 80% não são administrados do PT), de modo que, não é verdade a questão do atrelamento das pessoas que recebem o benefício ao partido.
A questão é que, efetivamente, a grande maioria dos partidários do psdb e outros partidos conservadores, sempre foi contra o bolsa família (por questão ideológica a maior parte - mas sim, foram, e são contra)- espero que vocês concordem com isso - ou tem alguém (talvez existam) que sempre foi a favor...
De outro lado o PT sempre defendeu - até por uma questão ideológica também - o bolsa familia.  Lula o criou - na atual forma- em seu primeiro ano de mandato .Tabela 1: Evolução da execução financeira do Programa Bolsa Família e dos programas de transferência de renda remanescentes. Brasil, 2002 a 2006 .Programas de transferência de renda Valor executado por ano (em R$ milhões)  - TOTAL 2.268,0(2002) -3.357,1(2003) -5.308,8(2004)- 6.385,(2005)-  7.455,9(2006)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Secretaria Nacional de Renda de Cidadania. http://www.planejamento.gov.br/.../produc.../Tese_Claret.pdf

Bispo Emérito Dom Luiz Eccel e a sabedoria popular

Leiam o texto do Dom Luiz Eccel e sua fala no vídeo (link abaixo). 



 Dom Luiz Eccel é bispo emérito de Caçador e hoje reside em Brusque, Santa Catarina:

Até quando ficaremos nas ilusões, ou nas más intenções?

Pessoas sensatas sabem sobejamente que o candidato do PSDB é apenas verniz, em tudo o que diz e propaga. Basta conhecer um pouquinho só da nossa história política...
Problemas e defeitos encontramos em todas as pessoas, instituições, clubes, Igrejas, associações e partidos políticos...
Mas todos sabem, ou deveriam saber que o governo de FHC fez o que fez, conhecido como privataria tucana; roubos bilionários, salário mínimo baixíssimo, desemprego alarmante, havia até advogados e engenheiros nas filas disputando as poucas vagas para garis. Inflação altíssima, os bancos lucrando como nunca, enfim o Brasil foi colocado de joelhos diante dos EUA e seus fortes aliados. O Lula nos colocou de pé! Os títulos de “doutor honoris causa” por ele recebidos estão aí para confirmar.
Os escândalos financeiros do PSDB foram muitos e astronômicos, porém tudo foi engavetado, pois o STF, e os grandes meios de comunicação estavam, e estão, sempre do lado dessa direita fascista e golpista(vide anexo).
O PSBD com seus aliados não estão nem aí para saúde, educação, moradia, vida digna para o povo, especialmente os excluídos.
O Brasil jamais viu avanços nos seus 500 anos de história, como nos governos de Lula e Dilma(vide anexo). E a ONU declarou o Brasil, pela primeira vez, há poucos dias, fora do mapa da fome. Só os mal intencionados não percebem esses grandes avanços, em todas as áreas da sociedade brasileira, apesar de ter muito por fazer, e sempre terá.
Minha única e exclusiva preocupação é com o povão; tenho certeza, infelizmente, que se Aécio chegar lá, será a retomada do entreguismo: Petrobras, pré-sal, bancos públicos, desprezo das políticas públicas, desemprego voltando, inflação disparando e povão pagando o pato, para eles continuarem a se locupletar e novamente se aliar aos EUA entregando o que temos de riqueza natural. Consciência eles não têm, por isso o remorso passará bem longe deles. Mandem de volta para seus países de origem os médicos que aqui chegaram com o programa +médicos, e quero ver se os médicos brasileiros irão para os rincões mais remotos, ou mesmo para as periferias mais pobres deste país. Alguns alegam que ganham pouco, que faltam instrumentos, etc; mas por que FHC não resolveu o problema da saúde antes de entregar nossas riquezas para alguns poderosos, e abastecer suas contas nos paraísos fiscais? E a classe média acha isso tudo muito bom...Infelizmente é da natureza das toupeiras serem parcial ou totalmente cegas! Fato é que Dilma já fez bastante pela saúde, e o projeto é dos melhores, com a ajuda dos royalties do pré- sal, em favor da saúde e da educação.
Tenho certeza de que desde o início do governo Lula, a direita tentou derrubá-lo, desmoralizando o governo petista, com toda sorte de armações, as mais diabólicas, mirabolantes e sórdidas. A elite nunca aceitou perder o poder, muito menos para um operário. E a grande mídia (PIG) faz passar todas essas mentiras como se fossem verdades, e os “incautos ficam indignados”, ( santa ingenuidade, ou venenosa maldade) sem mesmo buscarem elementos para refletir seriamente. Eu sempre acompanhei tudo muito bem! Não suporto tansisse, assim busco informações em fontes fidedignas. A filósofa Marilena Chauí tem razão em declarar a obtusidade absoluta, especialmente, da classe média. Esta classe juntamente com outra, não aceita que pobres possam usar os mesmos perfumes importados, viajar nos mesmos aviões, e comprar nas mesmas lojas; não preciso ir longe, vejo esta estultice anacrônica aqui na “minha” cidade...
Alguém poderia alegar que mesmo estudando muito, é de direita, eu respondo como o grande Victor Hugo: “algumas pessoas pagariam para se venderem”!
A direita fascista golpista, escrota e asquerosa dá muita risada dos seus eleitores. Dizem: como é fácil convencer os eleitores deste país! Voltemos a nos refestelar entregando as nossas riquezas naturais, e com os impostos provenientes do povo, e vez ou outra lhes daremos umas esmolas...
Outro problema sério: é sabido que a direita foi, é, e sempre será aliada da ditadura que persegue, prende, tortura, mata, e faz os cadáveres desaparecerem. Pior ainda, o vice do Aécio foi aliado da ditadura e a defende sempre, sujeito escroto!(vide anexo).
O governo do PT deixou de fazer algo importante? Sim! Poderia ter começado o processo de declaração de nulidade da entrega da Vale do Rio Doce com nossas riquezas minerais, a preço de banana, pelo FHC, uma das empresas mais ricas do mundo. E assim teríamos mais dinheiro para a saúde e educação. Não sei se iria conseguir o intento, pois a justiça normalmente é injusta, e a maioria dos ministros do STF é de direita, ou seja, não estão nem aí para os problemas do povo. Poderia ter feito a reforma agrária e urbana, ter taxado as grandes fortunas; democratizado os meios de comunicação para que os poucos detentores de hoje deixem de distorcer, mentir e manipular o povo... Mas tem um grande mérito, entre tantos outros, apurar as irregularidades no uso da verba pública, não engavetando nada, como era costume na era anterior ao governo petista.
Outro questionamento sério que devemos fazer: Por que o Aécio construiu os aeroportos particulares, com dinheiro público, e os mesmos ficam trancados? Você já se perguntou sobre isto? Fico pensando: não seria para tráfico de drogas, que causam tantas desgraças, mortes e violência, especialmente aos nossos jovens? Para que outro motivo faria isso? Você se lembra daquele helicóptero que foi pego com quase 500 quilos de cocaína? Era de gente próxima a ele. E por que não se falou mais nisso? Se fosse 1 quilo só, com alguém do PT, estariam falando até hoje, especialmente a globo e veja.
O FHC disse que os eleitores de Dilma são pessoas desinformadas dos grotões. Eu tenho certeza que os eleitores do PSDB é que são desinformados, não conhecem nada da nossa história; aliás, o grau de ignorância dos eleitores de FHC e Aécio é tão alarmante que supera até as expectativas das “pesquisas” da GLOBO, VEJA e CIA... Desconhecem totalmente as roubalheiras bilionárias da direita fascista e golpista, ou são coniventes... Portanto, nunca vote na direita, pois é colocar a raposa para cuidar do aviário!
Não sou dono da verdade, mas receba um fraterno abraço de quem tem mente e olhos bem abertos para saber claramente onde estão as verdades e as mentiras, em todos os espaços, sejam eles públicos ou privados, no meu e no seu também...
Se quiser acreditar, acredite; se quiser continuar na obscuridade, fique à vontade! Porém seria muito interessante que todos(as) buscássemos conhecer a verdadeira história deste país, em fontes que não sejam as dos grandes meios de comunicação que aí estão para emburrecer o povo, e com isso continuar lucrando com suas mentiras com caras de verdades.
Não sou candidato à cargos, mas a colaborar para que o povo tenha vida com dignidade! Isso faz 500 anos que a direita já provou que não dá! Cada um(a) analise a realidade de acordo com a quantidade de neurônios que tem...
Fique com Deus! Ou fique com a globo, veja, época e cia... Dê uma olhada no link abaixo!
Dom Luiz

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Escárnio midiático, antidemocrático. Rede Nacional de rádio e Televisão JÁ!

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Sergio Vianna <


Estamos subordinados a uma nova moda brasileira, a delação premiada. É a onda mais badalada do momento. Só precisamos descobrir qual é o prêmio que será oferecido.

Há uma pergunta possível: 1) Você sabe o que é delação premiada segundo a legislação penal brasileira?

Eu não sou advogado e muito menos jurista, mas posso pesquisar e encontrar respostas singulares.

Como eu gosto de claridade no debate político eu dou as fontes que pesquisei, e você poderá confrontar se quiser.

Por exemplo: 

"A delação premiada com o advento na Lei 9.807/99"

Análise e texto explicativo da advogada Marcella Sanguinetti Soares Mendes - Graduada em Direito pela Universidade Federal da Paraíba. Pós-graduanda em Direito Tributário pela Universidade Anhanguera-Uniderp. Advogada. 

E o trabalho dela foi publicado em:


Conceito e previsão legal – “Por meio da Lei 8.072/90, que trata dos crimes hediondos, foi adotado no ordenamento jurídico brasileiro o instituto da delação premiada, cujo objetivo é possibilitar a desarticulação de quadrilhas, bandos e organizações criminosas, facilitando a investigação criminal e evitando a prática de novos crimes por tais grupos.”
“Além da citada lei que inaugurou a normativização (sic) da delação premiada no Brasil, atualmente o instituto encontra-se previsto em outros instrumentos legais, cerca de oito a dez leis específicas de outros crimes, que também se utilizam da delação premiada.”

Natureza jurídica – “Basicamente, a delação premiada se perfaz num acordo entre o Ministério Público e o acusado, onde este recebe uma vantagem em troca das informações que fornecerá. Quanto mais informação for dada por aquele que delata, maior será o benefício a ele proporcionado.”
“Como benefícios ao delator têm a substituição, redução ou isenção da pena, ou mesmo o estabelecimento de regime penitenciário menos gravoso, a depender da legislação aplicável ao caso.”

Alcance – Art. 13. Poderá o juiz (...) conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:”
A identificação (...); II - A localização (...), III - A recuperação (...), dos acusados, do objeto do crime e dos bens subtraídos. (resumindo)
Parágrafo Único: “A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.”
“Além disso, a delação premiada também tem um viés processual, posto valer como meio de prova na instrução processual penal.”
“Nesses casos, importante salientar que a delação não deverá servir como prova absoluta contra aquele que está sendo delatado. O instituto apenas servirá como indicador da materialidade e da autoria do crime, devendo o processo ser instruído com outras provas que corroborem as informações apresentadas pelo delator.”

Num resumo, a delação é regulada em Lei, mas exige não apenas a palavra do delator. Há que ter um processo legal, e a delação não é prova absoluta, devendo o processo ser instruído com provas contra o acusado.

Posso fazer uma segunda pergunta simples: 2) As delações premiadas que estão sendo divulgadas - ainda sem nenhuma apresentação de prova que sustente a delação - são de livre acesso a qualquer interessado?

Um ministro do Supremo entende que não. 

"O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou à CPI Mista da Petrobras o acesso às declarações sigilosas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Justiça, prestadas em razão de delação premiada. O pedido havia sido feito e reiterado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).".

“No despacho em que negou o pedido, o ministro afirma que os dados ainda estão protegidos pelo sigilo previsto na Lei 12.850/2013. De acordo com Zavascki, o acordo de colaboração premiada só deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, o que ainda não ocorreu.”

As respostas à minha segunda questão estão no endereço: 


Num resumo, a delação premiada além de ser possível e legal tem uma barreira, não pode ser acessada porque protegida pelo sigilo previsto na Lei 12.850/2013. Por esse sigilo em vigor um ministro do Supremo negou aos parlamentares do Congresso Nacional, deputados e senadores, o acesso às informações contidas na delação premiada. A decisão do ministro é do dia 9 de outubro. 

Observação: “O juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, responsável pelos processos envolvendo a operação Lava Jato, que investiga o esquema desde março deste ano, já havia negado o acesso aos mesmos deputados e senadores, e afirmou em sua negativa que o testemunho de Costa ainda não foi homologado e está em segredo de Justiça.”

E ainda acrescentou: "Quando o suposto acordo e os eventuais depoimentos colhidos sequer foram submetidos ao Juízo, para homologação judicial, não (se) permite o compartilhamento, sem prejuízo de que isso ocorra no futuro". 

Essas informações contidas na “observação” acima estão no endereço: 



Permitam-me apenas mais uma pergunta, a terceira:

3) Na noite de quinta-feira, 9 de outubro, a Rede Globo publicou no Jornal Nacional e no Jornal da Globo trechos da delação premiada, com áudio e imagem nítidos, citando alguns delatados, em vídeo que só pode ter sido produzido pela polícia ou pelo Ministério Público, porque o delator está preso e prestando declarações a delegados e procuradores. E indago: A Rede Globo pode ter acesso e publicar aquilo que o juiz do caso disse que não está homologado e sob sigilo, negativa de acesso corroborada por um ministro do Supremo, que deputados e senadores que investigam o mesmo caso não podem ter acesso, mas uma rede de televisão pode publicar o que bem entende? E ainda sugerir culpados, ler respostas formais dos acusados e tudo vai ficar assim mesmo? Em pleno processo eleitoral onde dos dois candidatos uma é acusada 24 horas por dia sob a forma de delação premiada? Que não foi homologada e que está sob sigilo de justiça? E o outro candidato pode fazer uso em seu programa de seu tradicional proselitismo acusando a adversária de corrupta porque já houve a delação premiada? E com isso o povo só pode ouvir um dos lados? É isso realmente um processo democrático? E se depois das eleições as tais provas não aparecerem? E se não houver homologação da delação pelo juiz e pelo ministro do Supremo? E se a tal delação isentar a presidenta da acusação de corrupta? Haverá novas eleições para recolocar a verdade acima dessas campanhas conspiratórias?

Tudo bem! A pergunta não foi única, e ficou muito longa, mas trata-se do mesmo ponto, se é sigilosa ou pode ser publicada.

Agora digo eu:

Penso que a resposta a tudo isso deveria ser muito mais efetiva do que um simples protesto contra tais artimanhas. Não se trata de um simples "mão na bola dentro da área", inadvertido, involuntário.

É muito mais que isso, é a regra do jogo sendo invertida conforme a conveniência do momento e sob a lógica das exigências para se atingir o interesse maior, a derrubada do governo a qualquer preço.

Isso não é uma eleição, muito menos um processo democrático de escolha do governante pelo povo. Isso é um escárnio. A Dilma tem no segundo turno dez minutos de programa eleitoral e a Globo tem 24 horas para atacar o governo e estimular o pensamento que a mudança é necessária porque a delação premiada está apontando esse caminho.

Digo Globo pra simplificar, mas quero dizer que estão todos juntos, a mídia inteira, os banqueiros, a elite dominante, as oposições da esquerda e da direita, e todos os interesses estrangeiros que querem inverter a posição do governo brasileiro no cenário internacional.

O que está em jogo é o fim do MERCOSUL, o fim dos BRICS (e o fechamento do banco e do novo fundo dos BRICS), o papel do Brasil de questionamentos políticos às estúpidas guerras pré-fabricadas, o controle do pré-sal e da Petrobrás, dos bancos públicos diminuídos para aumentar espaços para os privados, é o Estado mínimo, é a desregulamentação do mercado, é o fim do Estado brasileiro a serviço da maioria de seu povo e o retorno ao favorecimento das elites dominantes e seus representantes, e muito mais outros interesses que somente são compreendidos pela lógica da luta de classes. Quem não compreende esse embate não consegue captar o que está sendo jogado nessas eleições.

Luta de classes que no Brasil tem o mesmo perfil desde a época da colônia, passando pelo Reino Unido Brasil, Portugal e Algarves, pelo período imperial, a primeira República, a República Café com Leite, Vargas, Juscelino, Jango, a ditadura, a nova República, e até hoje. A história é a mesma para essa nossa elite desnacionalizada, entreguista, bajuladora e Vira-Lata.

Até os blogueiros independentes, que Serra chamou de "Sujos", já estão entregando os pontos - basta ler suas páginas desta semana e enxergar nas entrelinhas.

O eleitor brasileiro está sendo vítima de um grotesco golpe dos grupos de mídia – que representa o interesse de muitos outros grupos – golpe esse sem precedentes em mentiras e manipulações, não só em relação ao governo, não contra o PT, mas contra todo o povo brasileiro, que depois de cinco séculos de déspotas o governando ousou eleger um metalúrgico para compor um governo que olha e atende os interesses da maioria do povo brasileiro.

E esses interesses do povo não interessam a essa elite dominante que é mais atrasada que relógio sem bateria. E de uma classe média que não se enxerga e que não percebe o ridículo que está defendendo: o interesse de quem sempre lhe furtou o suor, o trabalho e a dignidade. Pessoas que se proclamam decentes e até religiosas e se permitem a prática do egoísmo e do preconceito. Que se permitem métodos de disputa eleitoral que colide com os interesses sadios do povo brasileiro, pessoas que não conhecem a nossa história e nem reconhece nossa injustiça social, política, cultural, educacional, econômica, e bota etc. nisso.

Eu estou de pleno acordo com a posição do blogueiro Eduardo Guimarães (http://www.blogdacidadania.com.br/2014/10/com-o-pais-dividido-dilma-tera-que-denunciar-a-midia/) quando escreveu:

 "Dilma, Lula e o PT não têm que reagir à mídia em defesa de seus interesses eleitorais. Eles têm obrigação de reagir em defesa do povo brasileiro, ora ameaçado por uma coalizão infame do capital financeiro que planeja sugar o sangue deste país até a última gota.".

E digo eu: É hora de a presidenta Dilma chamar uma Rede Nacional de Rádio e Televisão e colocar às claras esse jogo infame a que estamos assistindo. Pois é impossível disputar - no sentido democrático - uma eleição com 24 horas de acusações mentirosas sem uma resposta do Estado brasileiro. Antes de ser candidata a Dilma é a presidenta deste país e deve - por obrigação institucional - dizer ao povo brasileiro que ele está sendo vítima de um grande golpe contra o Estado Democrático de Direito, contra as instituições brasileiras.

E sobre o tema delação premiada sugiro ainda mais um artigo esclarecedor, que pode ser acessado no endereço: http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/146195/requisitos-para-a-concessao-dos-beneficios-da-delacao-premiada


Porque depois da derrota eleitoral nada mais haverá que ser feito. E a derrota está clara aos nossos olhos, só quem não enxerga - e não falo dos cegos - é o ingênuo que foi contaminado pelo vírus da moda, a ética dos poderosos, que não suportam mais quatro anos de governo democrático e popular. Ou o enfrentamento já, ou a morte certa.

E se o Lula gosta tanto de explicar os fatos pela lógica do futebol eu também tenho o mesmo direito. Entramos num jogo onde nossos atletas não podem encostar na bola, e o adversário pode carregar a pelota embaixo dos braços até o gol e lá depositá-la, tantas vezes quantas se exigir para inverter o placar da democracia.

A Justiça em campanha

A Justiça em campanha

9 de outubro de 2014 | 17:06 Autor: Fernando Brito

Inacreditável o papel a que a Justiça Brasileira está se prestando.
Um vídeo (sem imagens, apenas o teto de uma sala) onde o o ex-diretor ladrão da Petrobras – que aliás, admite ter sido enfiado na companhia a contragosto de Lula, por pressão de outros partidos –  diz, sem apresentar um mísero dado concreto, o que dirá uma prova, que “o comentário que pautava dentro da companhia” é que a diretoria das áreas de Gás e Energia, Serviços e Exploração e Produção, “os três por cento ficavam diretamente para o PT”
Vejam bem, os jornais afirmam que havia este desvio com base na declaração de Paulo Roberto Costa de que “o comentário que pautava dentro da companhia”.
Será que existe um lugar no mundo, repartição ou empresa, onde não haja “comentários”?
Conheço dois dos diretores mencionados e quem os conhece não pode deixar de achar um absurdo. Na diretoria de Gás e Energia, então, o diretor era Ildo Sauer, um professor universitário (da USP) e hoje um colaborador de Marina Silva. Na de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, um geólogo de carreira da empresa, aposentado, que voltou à Petrobras e liderou a equipe que descobriu o pré-sal. Voltou à aposentadoria e cuida do jardim de sua casa, em Nova Friburgo, com a mesma simplicidade que cuidava antes.
Pois estes dois homens de quem nunca ouvi falar um ai contra a honradez de suas condutas, sem um fato, um papel, um depósito, um e-mail que seja estão expostos hoje no que só se pode definir como um comportamento indigno da Justiça e do jornalismo.
Na Folha, com base em uma suposta gravação do depoimento de Alberto Yousseff, doleiro já condenado, figura manjada que voltou às falcatruas depois de outra “delação premiada”,  no caso Banestado, diz o seguinte:
“Tinha uma outra pessoa que operava a área de serviços (da Petrobras),que se eu não me engano era o senhor João Vaccari”.
Como assim “se não me engano”? É “acho que era”? Qual é o valor disso para acusar uma pessoa, em letras garrafais e um partido político?
Eu também poderia achar que o finado Sergio Motta, tesoureiro do PSDB “operava” para os tucanos, mas eu achar e nada é a mesma coisa, salvo se eu tiver provas. E se não as tenho, como é que vou dar uma manchete destas?
É inexplicável o papel do Juiz Sérgio Moro, sobretudo depois de ver que surgiram versões clandestinas de outros depoimentos de Paulo Roberto Costa à Polícia, de permitir gravações editadas, com trechos do teor que citei, num processo que, pelos valores e gravidade que envolve, está sob sigilo, ou deveria estar.
O seu tribunal é uma “peneira” de furos seletivos.
Seria melhor que o juiz chamasse logo toda a imprensa para assistir e perguntar, pois talvez – só talvez – saísse alguma indagação sobre “que provas os senhores têm disso”?
A delação premiada, para ser válida, tem de ser acompanhada da produção de provas, não pode ser apenas concedida pela disposição de alguém, que ia gramar anos de xilindró e agora vai ser solto, sair atirando acusações para todo lado na base do “o que se comentava na companhia” ou do “se eu não me engano”.
Que Paulo Roberto Costa metia a mão na bufunfa para se beneficiar e aos seus padrinhos políticos – que não eram do PT, como ele próprio admite – está claro. Mas que um imoral destes possa sair acusando sem qualquer prova todo mundo e isso, também sem critério algum, seja publicado e transformado em matéria prima eleitoral, sob o patrocínio do Judiciário, é um escândalo.
Reflitam: não foi a “cavação” de um repórter furão que obteve o teor das declarações: elas foram feitas e divulgadas, quase que numa “coletiva”, nas barbas do juiz que sustenta que aquilo corre sob sigilo.
E, com mais de 30 anos de profissão, garanto a vocês, estes “furos coletivos” só acontecem quando acontece, também, uma armação inconfessável, embora evidente a qualquer pessoa decente.