terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A eterna transição

A eterna transição

No Brasil, os traumas não são superados simplesmente por nunca serem nomeados. Não os enfrentamos de fato, como mostram as “reflexões” sobre os 50 anos do golpe
por Vladimir Safatle — publicado 24/02/2014 05:08, última modificação 24/02/2014 05:13 - Carta Capital
reflexão a respeito dos 50 anos do golpe de 64 começou. E estão demonstrados com clareza os malefícios da transição à brasileira. Sua maior característica é o fato de ela nunca acabar. Vende-se a falsa versão de que o Brasil seria um país de reconciliação fácil, capaz de mobilizar todos os setores da sociedade para uma superação de traumas passados. Na verdade, somos uma nação onde os traumas nunca são superados, pois eles sequer são nomeados. Dessa forma, somos obrigados a conviver com fantasmas que parecem sair do nada, mas são, na verdade, a expressão de visões que nunca morreram de fato.
Há pouco, o jornal O Estado de S. Paulo decidiu publicar um artigo do general Rômulo Bini Pereira a respeito da grandeza do que esse senhor chama de “Revolução de 64”. Não consigo imaginar nenhuma nação do mundo na qual cidadãos sofreriam o insulto de ver um militar criticar governos democráticos e elogiar ditaduras, sem passar por nada minimamente parecido a um mea culpa a respeito de seus crimes e do fato de a ditadura ter instalado no Brasil um Estado ilegal comandado por bandidos. Na Argentina, no Chile, no Uruguai ou Espanha, seria inimaginável. Um senhor como este, mesmo na reserva, seria destituído de suas patentes e processado por apologia do crime contra o Estado democrático. O Exército emitiria nota para deixar claro seu repúdio a tal opinião. Mas estamos no Brasil e aqui elogiar nosso período ditatorial, com seus assassinos e torturadores, é tratado como um “direito de opinião”.
É de se admirar ainda que uma empresa de comunicação que participou ativamente do golpe e que o defendeu até a última hora, principalmente por meio de editoriais nos quais criticava movimentos democráticos como as Diretas Já, não tenha sensibilidade para evitar esse constrangimento.
Ainda no quesito “o passado nunca passa”, há pouco os correntistas do Banco Itaú receberam uma agenda na qual o dia 31 de março estava marcado como “aniversário da revolução de 64”. Não custa lembrar: Olavo Setubal, fundador da instituição financeira, por suas boas relações com o regime, foi prefeito biônico de São Paulo. Se o governo brasileiro tivesse exposto com clareza os vínculos do empresariado nacional com a ditadura, vínculos que chegaram ao incrível financiamento de casas de tortura, certamente bancos, empresas e construtoras teriam feito pedidos públicos de desculpas e aplicado políticas de controle para impedir que afrontas como essa ocorressem.


Tudo isso demonstra quão falsa é a história de a ditadura brasileira ser um assunto encerrado. O que poderíamos esperar de um país no qual nenhum torturador, absolutamente nenhum, foi preso ou simplesmente julgado? O Brasil não pode continuar a farsa da reconciliação nacional sem que as Forças Armadas mostrem minimamente terem entendido o que fizeram e ofereçam publicamente um pedido de perdão à população brasileira por terem destruído nossa democracia. Enquanto isso não ocorrer, elas serão vistas por vários setores da sociedade brasileira como um corpo estranho, uma corporação pronta a desordenar, mais uma vez, a nação por meio da força e do arbítrio.
A mesma exigência vale, e com urgência parecida, para a classe empresarial brasileira. Basta de o empresariado nacional fingir não ter sido o elemento propulsor da ditadura, com relações de simbiose com o governo. De não ter herdado e manter de pé até os dias atuais práticas de corrupção do poder público. E de não estimular preconceitos que vez por outra explodem de maneira aparentemente irracional. O que se espera deste momento de reflexão a respeito dos 50 anos do golpe é, ao menos, o fim dessa prática medonha de nunca colocar claramente como objetos de repúdio público aqueles que destruíram não apenas 20 anos da história brasileira, mas contribuíram para um presente ainda assombrado pelos piores fantasmas. O Brasil merece Forças Armadas defensoras da democracia, não um clube dedicado a abrigar os defensores de estupradores, torturadores, assassinos e ocultadores de cadáveres.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Como se constrói a encenação de “protestos” anti-governo na Venezuela

No blog da redecastorphoto...


Galeria de fotos

16/2/2014, Dawgs BlogGlobal Research
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Manifestantes anti-governo jogam pedras (Venezuela em 12/2/2014

A política polarizada da Venezuela está outra vez nos veículos da imprensa-empresa, com manifestações pró (primeira foto abaixo) e antigoverno, com, até agora, quatro mortos: um apoiador do governo; um manifestante da oposição; um policial; e um morto cuja origem não está determinada.


Manifestação pró-governo em 14/2/2014

Mas a imprensa está noticiando como se TUDO fosse “prova” da repressão por forças do governo.

Praticamente TODAS as imagens que estão sendo exibidas são imagens repetidas, de outros “eventos”. A atual “crise” está sendo integralmente inventada pelo “jornalismo”.

Não há quem não lembre as manifestações/contramanifestações no Palácio Miraflores em 2002, no início do golpe, que teve vida curta, contra Hugo Chávez.

Houve 19 mortos, naquele dia. Sete deles estavam na manifestação pró-Chávez; sete na manifestação anti-Chávez; e cinco eram passantes. Houve também no total 69 feridos, naquele dia. 38 na manifestação pró-Chávez, 17 na manifestação da oposição, e 14 eram repórteres ou passantes.

TODOS esses mortos e feridos foram apresentados como vítimas de Chávez – pela oposição e por quase a totalidade dos veículos da imprensa-empresa internacional. Como se Chávez tivesse ordenado aos militares e a militantes pró-Chavez que atirassem contra os comícios da oposição. Como se vê acontecer novamente hoje, a única coisa que se prova é que, então, o lado do governo é campeão de errar o alvo.

No que tenha a ver com a Venezuela, a imprensa-empresa internacional sequer se dá ao trabalho de fingir alguma “objetividade”.

A Venezuela é ameaça direta e declarada contra a ordem hegemônica, caracterizada hoje por estados latino-americanos domesticados, ditaduras emergentes apoiadas pelos EUA os quais, todos, aceitam como bons meninos e boas meninas as políticas econômicas neoliberais.

Com petróleo suficiente para poder dizer “não” a tudo isso, a Venezuela criou sua própria parceria contra-hegemônica, a ALBA-TCP. E domesticamente, enquanto só se ouve falar de racionamento de papel higiênico e inflação, estão acontecendo avanços substanciais em várias frentes, já há vários anos – a pobreza continua a diminuir, há avanços notáveis na educação, na redução da mortalidade infantil, e veem-se passos rápidos na direção da igualdade de gênero, saúde materna e infantil, e proteção ao meio ambiente.

Ninguém lerá palavra sobre isso, na imprensa-empresa estrangeira que opera na Venezuela.

Só se ouve falar e lê-se sobre os sofrimentos da oposição. Imagens horríveis são diariamente repetidas em centenas de veículos, pelo Twitter, não raras vezes repetidas também em veículos considerados mais “sérios”, como a CNN (só rindo [Nrc]).

Aqui se veem alguns policiais brutais, com belos chapéus e colarinho de pele, provavelmente para se proteger do frio de 30ºC de Caracas. 




E policiais búlgaros (provavelmente em visita a Caracas). 

(Tem mais, muito mais; para ler completo, clique no título)

Leia também...

Venezuela: el escándalo de las fotos falsas para difamar a Venezuela


Eva Golinger: EEUU destinó 5 millones a derecha venezolana



17/2/2014, [*] Paul Craig Roberts – Institute for Political Economy
Traduzido por João Aroldo

Como eu relatei em 12 de fevereiro, Washington Orchestrated Protests Are Destabilizing Ukraine” (traduzido), a Secretária-Adjunta de Estado, Victoria Nuland, uma russófoba raivosa e neoconservadora belicista, disse ao National Press Club em dezembro passado que os EUA têm “investido” 5 bilhões de dólares para organizar uma rede para atingir os objetivos dos EUA na Ucrânia, a fim de dar à “Ucrânia o futuro que ela merece”.

Protestos na Venezuela: web é usada para difundir imagens falsas ou descontextualizadas

A partir da internet, saber o que de fato acontece nas ruas da capital e de outras cidades do país é impossível

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

ENFIM, O QUE REALMENTE É O MENSALÃO?

ENFIM, O QUE REALMENTE É O MENSALÃO?
Enviado por Raul Longo

Sem dúvida, como todo brasileiro, você sente muita raiva cada vez que ouve falar em Mensalão. Por uma razão ou por outra você sente raiva, mas também sabe que na verdade não tem muita certeza do que seja o Mensalão.

Sim, sim, claro... Você já sabe muito do Mensalão. Já leu bastante a respeito, já ouviu muita coisa: CPIs pela TV, telejornais, revistas e jornais diários... É mesmo muita coisa, mas apesar dessas tantas coisas, pergunte a si mesmo o que realmente foi o chamado Mensalão, além daquilo que foi acusado pelo deputado Roberto Jefferson.

Roberto Jefferson acusou, mas além de péssimo cantor de ópera, Jefferson também estava pressionado por investigações sobre corrupção. Será que Jefferson não desafinou também ao acusar o Mensalão?

E se até uma Ministra do Supremo Tribunal Federal reconheceu que condenaria sem provas, será que nós todos realmente sabemos o que foi o Mensalão.

Sei que você já está cansado desse assunto. Eu também estou. Detesto ser feito de idiota e me revolta quando qualquer pessoa é feita de idiota por políticos, pelas igrejas, pelos canastrões, pelos malandros, pela imprensa, por quem seja. Então eu acho que tenho a obrigação de enviar para você o que recebi do Dom Luiz Eccel, um bispo da Igreja Católica.

Conheça aqui as provas não encontradas pela Ministra do STF e dê uma aula de Mensalão sempre que assunto voltar a ser discutido entre seus amigos. E pode ter certeza de que ainda muito se falará nesse assunto do qual todos estamos cansados.

E  muito cansados de sermos feitos de idiotas, não é mesmo?


De: Dom Luiz Carlos Eccel 
Assunto: Esclarecimentos

Se você ainda não assistiu, reserve uns minutos para assistir a uma
aula magistral; os professores não fazem parte dos quadros do PIG.
Fique com Deus!
Dom Luiz